segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Enfrentar o cancro com um sorriso (1)


Vamos fazer uma tour, um percurso por todo este processo que, de um momento para o outro, mudou a minha vida.
Não interessa partilhar tudo de uma vez.
É cansativo e pode ser assustador (se forem pessoas pessimistas, claro!).
Vamos por partes.

Muitas pessoas me perguntam como descobri, se fiz exames, se senti... 

Comecemos como em todas as histórias, pois esta um dia será também uma história, que se pretende com um final feliz.

JUNHO 2019

Era uma vez, uma pessoa que estava a tomar banho (EU) e ao passar a mão pela mama esquerda sentiu algo (digo mama e não seio porque falaremos do cancro da mama e não do cancro do seio e efetivamente é uma mama, não estamos aqui para "dourar a pílula" e nós temos mamas) uma espécie de nódulo, já com um tamanho considerável.

ALERTA

Chamada telefónica para o "mais que tudo..."
- Amor, acho que estou com um problema...
- O que se passa?
- Senti algo na minha mama. Um nódulo.
- Vamos já marcar consulta para o médico.
- Calma, marcamos a consulta para depois do teu aniversário.

Muito bla, bla, bla depois, lá o convenci a marcar a consulta para o dia 17 de junho na CUF Descobertas. Embora uns dias antes, a consulta tenha sido alterada, por impossibilidade da médica e remarcada para o dia 29 de junho.

É óbvio que até lá o descanso acabou. Sempre existiu o medo que fosse algo, sobretudo por ter historial na família. Mas eu sei manter-me calma e pensava "no fim, não vai ser nada".
Mas era. Aliás... é!


Unsplash photo


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O Dia Internacional do Animal

Sempre gostei de animais desde que me conheço.
Aos 10 anos fui com a minha mãe ao canil do Montijo para adotar o meu primeiro cão.
Era um rafeiro espetacular, preto e branco, pequenino e muito reguila.
Dei-lhe o nome de Félix e viveu connosco 16 anos.
Adorava escapar-se e fugir com os outros cães e eu, pegava na minha bicicleta e corria tudo à procura dele, desesperada. Tinha muito medo que fosse atropelado ou que o roubassem.
Quando o encontrava, trazia-o para casa e dava-lhe um banho enorme.
Enquanto o lavava dava-lhe um enorme sermão e ele queria lá saber!
O Félix acompanhou o meu crescimento. Foi meu confidente. O meu melhor amigo.

A Mel também foi adotada. Vivia na rua.
À noite procura aninhar-se nos meus braços e ronrona feliz.
Quando chego da escola procuro-a. 
A Mel tem o poder de me tranquilizar.

No ano passado quis proporcionar à Joana este amor incondicional.
Só quem teve, ou tem um animal sabe do que falo.
O Gui veio preencher a nossa vida. Trouxe alegria e muito amor.
Também trouxe despesas mas tudo o resto compensa.
É da família. É o nosso Guinotes, o Guizadas, o Guizinho...
É nosso e nós somos dele.
Somos uma família de 4. Onde tudo se encaixa, alguns dias melhor e outros pior.





quinta-feira, 9 de agosto de 2018

As minhas, nossas novas férias

No ano passado, por esta altura, comecei a preparar-me para mudar de casa. 
Tinha início uma nova etapa da "nossa" vida, que eu esperava igual ou mais feliz.
Entretanto, e por motivos alheios à minha vontade, a mudança não se concretizou no verão e muita coisa permaneceu em caixas que ainda hoje continuam fechadas e encostadas a um canto. Sinceramente, não sei quando as abrirei. Sempre fui um bocado "deixa andar" em certas coisas, que não considero urgentes ou prioritárias.
A mudança para a nova casa teve lugar no outono, em novembro, quando a minha vida já tinha dado uma cambalhota gigantesca e, tal como as folhas que caem, na casa antiga ficaram todas as lembranças que preferi que lá permanecessem. Não as quis trazer comigo, deixei-as por opção, como se cortasse o mal pela raiz.
Trouxe apenas o que era importante, como no caso de uma catástrofe: a minha filha, as nossas roupas de inverno e os nossos animais. 
Tudo o resto ficou... E ainda bem, porque percebi que não me fazia a mínima falta.

Entretanto, e como a vida sabe sempre o que faz, o Universo conspirou a meu favor.
Este ano as férias decorrem de forma diferente envolvendo mudanças e gestão de tempo.
É mau? É pior? 
É diferente... 
E é também a diferença que nos faz ver a vida de uma outra perspetiva, de um outro modo.
Este ano temos férias a dois, a três e a quatro! 
E que bom que é...





domingo, 7 de janeiro de 2018

2018 sem resoluções

Às vezes penso se serei a única a não ter resoluções de ano novo.

Não costumo elaborar nenhuma lista de resoluções porque não ligo a nada disso.

Quem elabora listas de resoluções vai riscando o que acontece ou cumpre?
Sente-se na obrigação de, no final deste ano, ter cumprido tudo?
Não tenho paciência para essas coisas.
Acho que atualmente, a nossa vida já tem demasiadas obrigações às quais não podemos fugir.

Confesso que relativamente a este assunto sou um bocado "deixa andar".

Gosto de deixar fluir e aceitar o que vem e o que vai.
Não sou pessoa de grandes insistências quando percebo que ficar pode ser mais penoso que deixar ir.

O segredo é ver sempre o lado positivo das coisas, porque existe sempre um lado positivo.

Que 2018 traga novas aventuras, muitas gargalhadas, sorrisos e abraços.
Novas pessoas, as pessoas de sempre...
E que as dificuldades que surgirem sejam encaradas como desafios que serão superados.


#pinterestpicture




domingo, 31 de dezembro de 2017

Último dia do ano, última página do livro

Ontem decidi que tinha ainda algo para escrever sobre o ano que hoje termina.

Não quero que esta noite seja o virar de uma página, quero mesmo, que seja o final do livro.

De um modo geral, não posso dizer que o ano foi mau. Teve muitas coisas boas e apenas uma que me abalou de forma mais intensa. 
Comparado com 2016 (ano terrível por questões de doença) foi um ano maravilhoso.

A vida mudou no início de novembro como muda a vida de tanta gente. 
Tive que me adaptar como tanta gente tem. Organizar-me de outra forma, estabelecer novas prioridades... mas tudo se fez e tudo se faz quando temos força interior para isso.

Não quero que as pessoas tenham pena de mim. 

Se a vida tomou esse rumo é porque assim tinha que ser.
Acredito que o desapego pode trazer muita coisa boa para a nossa vida.
Devemos deixar ir quem não quer caminhar connosco. 

Devemos ser capazes de tomar as rédeas da nossa vida e enfrentar os obstáculos como desafios.

A vida não terminou. Começa agora, de outra forma.

Sou profundamente grata a quem sempre me apoiou e esteve ao meu lado durante os bons e maus momentos de 2017. 
São essas pessoas que interessa manter ao nosso lado ao longo da vida.
E o resto é só mesmo isso, o resto...

E como diz a foto...




Aprender a subtrair

Ao ler o título do post poder-se-á pensar que se trata da Joana e da aprendizagem de um novo conteúdo matemático do 1.º ano de escolaridade.

Não.

Esta nova aprendizagem relaciona-se comigo. Com a nova realidade. 
Agora há fins de semana em que tenho que subtrair a presença da minha filha. 
Custa? Custa muito... 
A casa fica vazia e não é a mesma coisa. 

Sei que está bem e isso é o que importa mas custa como o raio!
Sempre gostei que o domingo passasse devagar mas hoje não. 
Hoje quero que voe para que a possa ter nos meus braços outra vez e enchê-la de beijos.

A operação matemática mais difícil de aprender costuma ser a divisão [entendo agora porquê]. Dividir nem sempre é fácil... 
Aprendi que a subtração também custa muito, sobretudo quando é com empréstimo.

Ainda sou nova nisto e inexperiente.

Há por aí mais mães com dificuldades nestas operações?


E de repente... Uma nova realidade!

A nossa vida mudou no dia 30 de outubro. Como família.
Desde esse dia que faço parte do clube de famílias monoparentais.
Vivo e giro uma nova realidade a cada dia.
Se é fácil? Não...
No entanto, tal como escreveu a Cataria Beato num dos seus posts, é mais fácil ser mãe solteira.
O tempo e o dia a dia é gerido e organizado em torno da Joana.
O tempo livre que tenho depois de passar, lavar, limpar, jantares, banhos... é aproveitado da maneira que eu gosto, como gosto. Normalmente vejo um filme com a Joana (ou não), brincamos, rimos, passeamos... 
É engraçado, como depois de fazer tanta coisa, ainda tenho um tempinho para mim.

Recebi muitas palavras de afeto e carinho.
Recebi apoio e disponibilidade de quem tem tão pouco tempo.
Agora sou eu e a Joana, o Gui e a Mel. Estamos na nossa casinha nova a viver uma vida nova, à nossa medida. 
A vida por vezes surpreende-nos. 
Saibamos aprender com o que ela nos ensina. 
Como me disseram, devemos caminhar com quem quer caminhar ao nosso lado...


Enfrentar o cancro com um sorriso (1)

Vamos fazer uma tour, um percurso por todo este processo que, de um momento para o outro, mudou a minha vida. Não interessa partilhar t...